Resumo dos livros da Bíblia - João (4)


Graça, Paz e Alegria!

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Pensando a respeito de data, acredita-se que o Evangelho de João tenha sido o último dos 4 canônicos a ficar pronto. A ordem deve ser: Marcos, Mateus, Lucas e João. Em todos os casos, existe a possibilidade de que um texto mais antigo já podia circular e foi sendo ajustado com o tempo. E nessa ordem (Marcos, Mateus, Lucas e João) receberam o “ponto final”. Enquanto os outros Evangelhos devem ter ficado prontos antes da queda de Jerusalém para Roma, João deve ter ficado pronto apenas depois desse evento, que ocorreu aproximadamente em 70 d. C. Os estudiosos apontam uma data entre 80 e 90 para o texto de João.

Os Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) geralmente são entendidos como escritos originalmente para um público específico - judeus ou gentios, e que com o tempo, avançaram entre todos. Já o Evangelho de João, entende-se foi escrito originalmente para uma audiência ampla, tanto para os crentes já estabelecidos na fé, judeus ou gentios, quanto para os não crentes em busca da verdade sobre Jesus. Mesmo que os autores dos Evangelhos pensassem em falar com determinadas pessoas, o Espírito Santo estava direcionando para ir além chegando inclusive para nós. O autor de João parece já entender mais isso e, dessa forma, o texto não tem necessariamente um público-alvo inicial. Exatamente por conta de uma realidade: o evangelho de João é distinto em sua abordagem, não segue um padrão como os outros três. Principalmente por não mostrar preocupação principal no alcance da mensagem ou em explicar Jesus como o cumprimento das profecias. Sua ênfase particular é na natureza divina de Jesus e nas implicações teológicas de Sua missão. Isso até permite pensar em um possível público-alvo, se houve algum, que incluía pessoas envolvidas em debates teológicos ou enfrentando desafios em compreender a divindade de Cristo. 

Esse ponto fortalece a tese da autoria de João, o discípulo amado, pois em suas cartas ele se preocupa com esse debate, principalmente contra o início do pensamento que envolvia o gnosticismo e que tantos problemas de confusão causou com as teses do pensamento cristão.

Apesar de ter dito em mensagem anterior desta sequência que entendo que o autor deste Evangelho seria um discípulo de Jesus do grupo maior de discípulos, mas que teria sido discípulo de João, o Batista, antes e que teria acompanhado João depois do ministério de Jesus, não posso deixar de registrar os pontos que os estudiosos apresentam para defender a autoria de João, o discípulo amado. De qualquer forma, esse ponto que fortalece esse entendimento, serve igualmente para o meu, pois um discípulo que acompanhou João falaria desses temas igualmente!

Apresento isso para mostrar como o trabalho dos estudiosos não é simples. Muitas vezes, a mesma tese serve para defender mais de uma possibilidade. Acho esse trabalho importante mesmo quando apresentam teses que entendo de forma diferente, porque essa apresentação ajuda a melhorar o ponto que entendo que devo apresentar. Sigo a recomendação de conhecer tudo e reter o que é bom de algumas traduções de 1 Tessalonicenses 5.21 literalmente! E recomendo que você faça a mesma coisa!

Seguimos na sexta-feira, quando vamos começar a comentar sobre algumas histórias do Evangelho, permitindo o Senhor!

Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor

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